sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Retrato


Por onde quer que olhe
Só interpreta o medo
Frágil expressão
Que a desconforta
Deixa seu mundo
Sem prenúncios
Desconectado com a realidade
Qualquer ligação
A impede de existir
Nesse intervalo que a vida lhe proporciona
Um transe involuntário
Busca rastrear suas mensagens
Camuflatadas por nuvens depressivas
Que desejam tornar ainda mais terrível
Seus dias, suas noite e assim
Reduzir a pó sua vida
Enquanto vive seu monologo
Particular numa ciranda de sonhos e fantasia
Surpresa reconhece o brilho disposto
Em sua Iris
ícone que num relance
A faz enfrentar sua temível identidade
Descaracterizada insiste
E volta a vida real
Com a promessa de jamais
Se separar do seu
Retrato.

Pais e Filhos



No ventre frutos de pensamentos
Concebidos pelo desejo a vida
Movem-se simetricamente
Anunciam o bailar da inocência
Que em volta de seu oceano maravilhoso
Deleita-se na sede de estrear
Dizer as pessoas que seu coração bate
Como a brisa repentina que surge
Num itinerário interior
Repleto de escalas intensas
Que trazem a luz do inevitável
Através da prosa do tempo
Afirmando que a vida é o maior milagre
Que nos torna pais e filhos.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

METADE

Entre os corredores do jardim de infância

Percebo os passos perdidos de alguém que se cala
Prefere o silêncio eterno

A recusa do inesperado

Recolhe as palavras não ditas
Ao universo de versos

Que falam por ti

Oscilam na voz tímida

De quem agora se permite

Um pouso nas ousadias
Um início de rebeldia

Através de uma aula sem professor

Sem cor, sons, apenas o desejo

De levitar nas distorções

Que ora trafegam dentro de ti.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Verdades



São mitos todos aqueles sorrisos

Que de certo modo me afetam
Plantam esperanças num mundo
Movido por tempestades cientificas
Por vezes um berço de pessoas incrédulas
Céticas no surgimento do fim
Mas entre um jardim de amor perfeito
Belas miniaturas com olhar ingênuo se pronunciam
Singelos gestos vivos ao alcance
Das ínfimas gotas de vida
Que se espalham ao seu redor
Insistem em se jogar
No ar e sentir a leveza
Que guarda dentro de ti
Tomar o gramado como sua cama
Admirar o céu de nuvens faceiras
Tamanhas peraltices as tornam inteiras
E se ainda sombra da dúvida
Ameaçar chegar, o saber
De tudo que se é vivido
Na mais plena das entregas
De forma imediata a resposta pulsará
Da moradia mais intensa do ser humano
Outra maior não há,
Sempre amar
Será a única
Verdade.

Quem sou eu

Minha foto
Sou uma eterna apaixonada pela magia das palavras, percorro linhas de imaginação que insistem em me deixar ecoar por de traz de singelos textos, em volta de pleno mistério insóluto expresso na tentativa de viver na linguagem daqueles que como eu buscam se encontrar.